
Portugal Inovador
Localizada na aldeia de Águas Vivas, concelho de Miranda do Douro, a SALNOR inaugurou as suas instalações em 1989, mas apenas começou a produzir um ano depois. Serafim Raposo e José Meirinho, à conversa com a Portugal Inovador, contaram que nos primeiros dois anos os únicos funcionários eram eles e as suas esposas, ex-emigrantes portugueses que trabalharam no ramo em França e que decidiram retornar ao seu país e abrir o próprio negócio.
“Surgiu através de várias ideias. Fomos emigrantes em França, onde trabalhámos em fábricas ligadas a este ramo e decidimos investir o nosso dinheiro em Portugal numa empresa da área.”
Devido ao aumento da produção ao longo dos últimos anos, foi necessário ir recorrendo à contratação de mão-de-obra. Atualmente, a segunda geração está também envolvida no negócio e são 15 funcionários a trabalhar nas instalações da SALNOR, onde são produzidos vários produtos que por sua vez são comercializados um pouco por todo o país.
“Temos vários produtos para distribuição. Desde os mais tradicionais como salpicão, chouriça, alheira, butelo, até uma variada gama de produtos de charcutaria diversa e carnes frescas. Com um posto de venda ao público incorporado nas nossas instalações, também fazemos venda direta ao público.”
De acordo com os dois sócios-gerentes, os seus típicos produtos transmontanos têm tido procura a nível internacional, levando à sua exportação para França, Inglaterra e Alemanha.
Em relação à concorrência no mercado onde se inserem, Serafim Raposo e José Meirinho confessaram que a competitividade faz parte do negócio, mas que estão salvaguardados devido à qualidade e forma de produção do seu produto.
“Como é sabido, concorrência existe em todo o lado. E nós também a temos, mas possuímos um produto diferente daqueles que se encontram no mercado. É feito de uma forma muito tradicional, aproveitando os ensinamentos de uma tradição local e familiar. Utilizamos os processos mais convencionais como o fumeiro de lenha. Até a forma como fazemos a cura de alguns produtos é distinta, ou seja, fazemos curas lentas mas mais prolongadas.”
Os gerentes da SALNOR desvendaram um pouco dos segredos que estão por detrás da excelência do seu trabalho.
“Estamos sempre a tentar fazer mais e melhor, embora os impostos que nos têm sido aplicados prejudiquem o nosso negócio, obviamente. E estando nós situados no interior do país com fracos acessos e desviados dos grandes centros, ainda pior. Mas o segredo para sermos uma empresa de referência neste ramo passa por manter a qualidade. Os nossos clientes estão habituados a ela e cabe-nos continuar a produzir bom fumeiro.”
A SALNOR dedica-se à produção de fumeiro tradicional da região transmontana e, ao longo dos anos, continua a manter intactos os seus métodos tradicionais de produção, assegurando um sabor tipicamente Mirandês.
Tradição e qualidade
Portugal Inovador – Página Exclusiva 123
Mas a localização geográfica da empresa não acarreta apenas contrapartidas à produção e aos fumeiros que dali saem para o mercado. De acordo com Serafim Raposo e José Meirinho, a região transmontana fornece matéria-prima com maior qualidade.
“Tendo em conta as desvantagens da nossa localização geográfica, é notório que influencia o nosso volume de negócios. Mas somos uns privilegiados porque aqui podemos ter uma qualidade muito maior, devido às características da região transmontana.”
Perspetivando o futuro, a estratégia da SALNOR passará por fazer algumas alterações ao nível da imagem, maquinaria, e uma maior divulgação da empresa de forma a aumentar o seu lote de clientes.